quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Estreia

Até agora eram apenas os textos da coluna radiofónica arquivados num blog. Agora, além desses textos, abri um blog pessoal: http://pedroroloduarte.blogs.sapo.pt. Os textos da rádio podem encontrá-los a partir do link Janela Indiscreta que está no blog. Obrigado.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Migração & estreia

Terceiro aviso: a partir da próxima quinta-feira, dia 15, o blog e os seus textos "migram" para a plataforma Sapo. Novo endereço: http://prdantenaum.blogs.sapo.pt. Nesse mesmo dia entra no ar o meu (outro) blog, pessoal e com caracteristicas próprias. Endereço disponibilizado em breve...

Aqui d'El Rei

Um rei manda calar um Presidente e a coisa ferve – ou melhor, ganha pano para mangas para comentários e opiniões. É o que está a dar na blogoesfera depois de Juan Carlos ter gritado um sonoro “cala-te” ao Presidente da Venezuela que tentava insultar Aznar, ex-primeiro de Espanha...
Vejamos a blogoesfera então:
“Como um Alberto João Jardim, Chavez não respeita os opositores, é um palhaço, quer eternizar-se no poder e tem todos os tiques autoritários que nos devem pôr alerta. Mas, tal como Jardim, não é um ditador. Como George W. Bush, pisa, sempre que pode, as regras do Estado de Direito. Como George W. Bush, não é um ditador. Como quase todos os presidentes latino-americanos, Chavez é um populista”. Daniel Oliveira, no blog Arrastão, resume assim o essencial do que a esquerda pensa sobre o tema.
Rodrigo Adão da Fonseca, no blog da revista Atlântico, responde-lhe;
Já não há paciência para os “mas” do Daniel Oliveira. Censure ou apoie Chavez, agora, já não há tacho para esta sistemática mistura de tudo com todos, como se a realidade e a análise política fossem uma espécie de salada de frutas. É que não se percebe porque, para falar em Chavez, é preciso viajar até à Madeira, ou trazer à colação Bush”.
Inez Dentinho, no blog Geração de 60, muda o sentido dos factos e avança:
“A simples indignação do Rei de Espanha perante a ofensa de Hugo Chavez (...) arrumou, em dois segundos, a bravata do ditador (...).Está aqui tudo: a revolta genuína, a representação institucional do País, o decalque dos sentimentos do Povo; a liderança espanhola no espaço Latino-americano; a liberdade de expressão do filho do Conde de Barcelona (...). Numa palavra: a superioridade das monarquias constitucionais nas democracias ocidentais”.
Sofia Loureiro dos Santos, no blog Defender o quadrado, tem argumentos diferentes para defender Juan Carlos:
“Sou republicana e a ideia de monarquia é, para mim, um anacronismo. Mas dizer que Juan Carlos deveria ter estado calado porque não tem a legitimidade do voto espanhol é totalmente descabido. Tem a legitimidade que lhe vem de uma constituição sufragada democraticamente, já para não falar do facto de ter sido um elemento importantíssimo na construção da democracia espanhola”.
JSM, no blog Fora de Estrutura, enfrenta o tema por um lado histórico e escreve:
“Existem mil razões para a razão do monarca, muito para além daquelas que suscitaram a aplaudida intervenção. Em primeiro lugar porque a Venezuela só existe através da Espanha, tal como o petróleo e o desenvolvimento, a escravatura ou a liberdade. E Chavez é ele próprio um produto de todas aquelas contradições”.
Carlos Furtado, no blog Nortadas, elogia o rei de Espanha: “Sempre mostrou coragem e tem sido uma peça fundamental na união das Espanhas. Hoje mostrou que está em grande forma”. Fecho com José Teófilo Duarte que me pareceu sensato no Blog Operatório quando afirma que “Chavez tem um discurso de rua que agrada ao chamado homem da rua. A atitude do rei de Espanha situa-se no mesmo registo. O sucesso inesperado da sua reacção deve-se ao insólito: não se imagina um rei a descer à rua. Os tempos estão a mudar”.
Estão mesmo, e este painel de opiniões que juntei sobre o mesmo assunto mostra bem que, em tempos que mudam, há opiniões para todos os gostos. Assim se deixem as Janelas bem abertas ao debate...

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Migração & estreia

Segundo aviso: a partir da próxima quinta-feira, dia 15, o blog e os seus textos "migram" para a plataforma Sapo. Novo endereço: http://prdantenaum.blogs.sapo.pt. Nesse mesmo dia entra no ar o meu (outro) blog, pessoal e com caracteristicas próprias. Endereço disponibilizado em breve...

Na morte de Armando Rafael

A blogoesfera segue um princípio clássico do jornalismo: a proximidade – melhor dito, o círculo de proximidades - determina a relevância do que é tema de conversa. É interessante porque os blogs criticam muito os critérios de escolha dos meios de comunicação clássicos – mas na hora da verdade, reagem da mesmíssima maneira... São humanos, digo eu.
Não admira, por isso, que num período cheio de acontecimentos no universo, por exemplo, internacional, acabe por ser a morte de um jornalista português a mobilizar muitos, mesmo muitos bloggers.
Armando Rafael, até há meses jornalista do DN, chefe de gabinete de António Costa na Câmara Municipal de Lisboa, era um bom jornalista mas também, e sobretudo, um homem bom. Tinha apenas 44 anos. Morreu subitamente, a trabalhar. Sem aviso prévio. Cedo demais.
O facto chocou os colegas, os amigos. Mário Bettencourt-Resendes, por exemplo, voltou ao blog Bicho Carpinteiro:
“Depois de uma longa ausência, regresso pelos piores motivos: morreu um amigo. O Armando Rafael merecia que a vida lhe tivesse dado tempo para que chegasse onde merecia e tinha talento para estar. Era culto, sabia que o mundo não acaba nas nossas fronteiras, tinha um enorme sentido de humor, gostava das coisas boas que a vida tem. Frontal, mas sempre solidário; espírito independente, lealdade irrepreensível, ao lado dos amigos nas horas difíceis”.
Pedro Correia, também um jornalista do DN, no Corta Fitas: “Como muito bem escreveu o Duarte Calvão, todas as mortes são estúpidas, mas algumas são tão estúpidas que nos deixam completamente atordoados.”
Francisco José Viegas, Origem das Espécies: “Fico sem nada para dizer. Rigorosamente nada. Desprotegido. Com a sensação de que estamos todos reduzidos ao silêncio. Mas sobretudo desprotegido. Sem nenhuma explicação”
Miguel Laranjeiro, no blog Geração Sol: “No jornalismo, a preocupação com o rigor que punha em tudo o que fazia, era exemplo para os colegas mais novos. A capacidade de agregar equipas e criar um ambiente de trabalho gratificante era uma arte que desempenhava como poucos.”
Alexandre Brandão da Veiga, no blog Geração de 60, tem um texto notável, apesar de parecer frio e mesmo cruel: conta histórias da sua relação com Armando Rafael e publica uma frase extraordinária: “Era de uma total inconsistência intelectual e um poço de lugares comuns, pelo que não me espantei que tivesse ido para o jornalismo e seguisse a sua veia política.” Parece que Armando chamava a Alexandre “aristocrata reaccionário” – e tinha toda a razão do mundo. Quem será este Brandão da Veiga? Não sei...
Sofia Galvão, num comentário a este post do blog Geração de 60, escreve sobre Armando Rafael: “Era um homem de causas e de intervenção. As suas opções eram claras e conhecidas. Mas nunca foi sectário, nunca se fechou aos outros e ao que era diverso. Testemunho-o, sem hesitação, e com a autoridade de quem não navegou nas suas águas”.
Enfim, mais à esquerda, mais à direita, a morte de Armando Rafael deixou a blogoesfera – porventura a mais militante, mais ligada ao jornalismo e à política -, triste e atordoada. Não é para menos. O que entretanto mudou no mundo é essa possibilidade real de podermos partilhar com os outros, em tempo útil, a dor, a tristeza, o sentimento profundo. Partilho-o com quem ficou assim, sem jeito, no fim-de-semana que passou. “Desprotegido”, também eu.

Migração & estreia

Primeiro aviso: a partir da próxima quinta-feira, dia 15, o blog e os seus textos "migram" para a plataforma Sapo. Novo endereço: http://prdantenaum.blogs.sapo.pt. Nesse mesmo dia entra no ar o meu (outro) blog, pessoal e com caracteristicas próprias. Endereço disponibilizado em breve...

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Blog da Semana: Bussola

“Os lisboetas não são necessariamente, e por regra, menos inteligentes do que nós” – este era o titulo de um dos primeiros posts, a 23 de Outubro de 2007... A coisa prometia, portanto. E promete. O novíssimo blogue Bússola merece obviamente constituir destaque da semana porque começa assim, a vir de Norte para Sul, sem medos, e com textos onde se escreve: “Sobe-me a mostarda ao nariz sempre que um lisboeta acha de bom gosto cumprimentar-me usando uma canhota tentativa de imitar o nosso sotaque: «Atão, murcóm?!. Cumu bai o Puaaaartu?». Imbuído de um espírito cristão, contenho-me e absolvo a idiotice do infeliz, que na sua santa e doce ignorância está convencido que não tem sotaque e a sua amaricada maneira de falar é o cânone. Nessas alturas, respiro fundo, e repito mentalmente, as vezes que se revelar necessário, o maior dos ensinamentos biblícos: «Bem aventurados os pobres de espírito, porque deles será o Reino dos Céus/Bem aventurados os pobres de espírito, porque deles será o Reino dos Céus!»». Quando a minha tensão arterial regressa à normalidade, concentro os meus esforços em evitar que a condescendência que me vai na alma se reflicta no sorriso que componho.”
Teme-se o pior neste texto de Jorge Fiel? Teme-se, claro. Ao seu lado estão nomes como Manuel Serrão, Julio Magalhães, Rogério Gomes e Manuel Queiroz, entre outros, e obviamente que o Norte comanda esta bússola que anima agora a blogoesfera.”Neste dealbar do século XXI, há alfacinhas em demasia a pensarem que Lisboa é o Sol à volta da qual gira o resto do país. O que é, convenhamos, pouco inteligente”, acrescenta Jorge Fiel nesse texto quase estatutário do novo blog. Texto que, diga-se, remata assim, citandoAlmeida Garrett: «Se na nossa cidade há muito quem troque o b pelo v, há muito pouco quem troque a liberdade pela servidão».
Eis então um blog com pronuncia do Norte, com gente do Norte, com uma bússola apontada sempre ao mesmo ponto cardeal. E com humor, critica, picardia e ironia em doses generosas, ao lado de ideias e reflexões e temas de debate.
A Janela Indiscreta é alfacinha mas não é fundamentalista – por isso à Janela, esta semana, está o novo blog de “Bussolistas, Nortistas e por isso verdadeiramente elitistas”, como escreve Manuel Serrão num post em que arrasa o filme Corrupção e o apelida de... benfiquista. Eu até sou do Benfica e não conto ver a fita, nem entrar nessas fitas. Mas entro com gosto na Bússola para reencontrar o Norte militante. Encontra-se em http://bussola.blogs.sapo.pt/. Volto na segunda-feira, com noticias de um mundo a norte, a sul, ou onde quer que a minha bússola vá parar...